terça-feira, 27 de julho de 2010

Histórias de corredor

Renatinho inventou seu próprio tênis de corrida, o que lhe custou um alto preço. Donizeti, aos 50 anos, faz provas de 10km em 30 minutos. Conheça as histórias desses dois corredores.

Benedito Donizeti Gomes
“Com a corrida, tenho minha casa, conheci muitos lugares, meus filhos já se formaram, e tenho ótima saúde.”
Com preferência por provas de até 15 km, Donizeti começou a correr para descansar! Trabalhando 12 horas por dia em uma fábrica, pensou que, se fosse bem sucedido nas Olimpíadas do SESI, talvez o RH da empresa pudesse lhe ajudar. Em 1981, sem saber nada sobre a prova, acompanhou o primeiro colocado até os últimos metros quando o ultrapassou chegando em primeiro nos 3000m em 9min32s. A partir de então, teve sua jornada diminuída em 4 horas para poder dedicar-se aos treinos, e em seguida passou a trabalhar meio período e treinar o restante do tempo.
Seu melhor tempo para os 10kms foi de 28min45s na prova uruguaia em San Fernando, Donizeti não tem concorrentes em sua faixa etária. “Amo a corrida, sinto prazer em treinar e nunca tive contusões, treino em dois períodos, faço tiros, rodagens e longões com um dia de folga por semana”. Donizeti treina no aeroporto de Cumbica há mais de 10 anos, fez uma marcação de 100 em 100 metros, e utiliza a pista, a terra e a grama. “A recuperação é tão fundamental quanto o treino em si, já que o asfalto machuca muito, as dores vão se acumulando com o tempo, o que faz surgir micro fraturas. Na terra batida ou grama isso diminui muito e quando vou competir no asfalto, que é liso, a velocidade aumenta”. Para manter-se nas competição sem lesões, Donizete diz que faz 90% dos treinos em terra e grama.

Leia a matéria completa na revista Contra Relógio do mês de julho/2010.


Roberto Felício dos Reis Correa
“Baixei meu tempo em 2 minutos nos 10km usando o tênis Sprint” diz Marcos Silva, corredor de Santos
Em 1976, Robertinho entrou numa farmácia, pesou-se e descobriu com o farmacêutico que estava 30kg acima do que deveria, com apenas 1,65m, estava com 90kg! A partir de então começou a trotar pelo quarteirão, encontrou um grupo de corredores, e em pouco tempo beirava os 70kg. Passou a correr maratonas e ultramaratonas, mas tinha algo que ainda o atrapalhava, “começava as provas usando tênis das marcas mais conhecidas, mas, quando chegava no meio da prova, jogava fora porque machucavam seus pés”, conta. A partir de então, Robertinho juntou a dificuldade de conseguir trabalho como metalúrgico, com a paixão pelas corridas, e passou a desenvolver um tênis com que conseguisse completar as provas sem problemas nos pés. Na metade dos anos 90, o Sprint (marca criada por Roberto) ganhava adeptos na região e também em outros estados. Enquanto seu negócio crescia, ele ia se especializando em provas de 24 horas, rodando entre 190 a 200km, em 2002 organizou com patrocínio da Mizuno, as 24 horas de Campinas, contando com importantes nomes da corrida de longa distância.
Robertinho não lembra de nada, “sequer um barulho”, do acidente que lhe tirou a visão. Enquanto colava um tênis a máquina explodiu levando o corredor a uma série de cirurgias, e 23 dias de internação. Hoje a família toca o negócio, com problemas de convivência, ele mora sozinho e passou a estudar educação física na PUC Campinas, onde também treina, muitas vezes sem a ajuda de guias. “O Robertinho pode ajudar os outros alunos a saírem daqui sabendo como conduzir um deficiente visual nas mais diversas atividades, ensinando as pessoas a serem tolerantes com quem é diferente” afirma Wagner Bergamo, professor e diretor da faculdade de educação física. Bergamo faz pressão junto à Universidade para que Robertinho ganhe uma bolsa,
e possa seguir estudando.

Leia a matéria completa na revista Runners do mês de julho/2010. Mais sobre o tênis de corrida brasileiro em www.asprinttenis.com.br.